Metáforas
História do Vitor


por Madalena Junqueira

Havia um reino antigo onde existia uma grande montanha contendo um tesouro muito precioso.

O rei do lugar decidiu dar esse tesouro ao vencedor de uma maratona, em comemoração ao seu aniversario. Como o tesouro era muito valioso, surgiram inúmeros participantes para a maratona. A praça principal ficou lotada de atletas corredores, onde mal cabiam, estendendo-se as ruas próximas a praça.

Da praça maior, saia uma avenida enorme e larga que dava acesso a montanha do tesouro.

Entre os atletas estava o Vitor, um jovem e valoroso cavaleiro, corajoso e destemido, que prometeu a si mesmo ganhar o tesouro. Quando foi dada a largada, Vitor não estava entre as primeiras fileiras. Mas não se preocupou, pois tinha a certeza de que ganharia a corrida.

Respirou fundo, tomou fôlego e disparou, determinado a chegar lá, em primeiro lugar.

Durante o trajeto, foi passando na frente dos outros, com muita facilidade, pois mantinha sua atenção concentrada no seu objetivo. Não se deteve em nenhum momento, por nenhum motivo e nem permitiu que nenhum pensamento o distraísse-se, tais como "será que eu consigo?" ou "os concorrentes não muito numerosos ", ou " e se tiver alguém mais preparado do que eu?".

Continuou firme na corrida, até ficar na fileira da frente, junto aos melhores corredores.

Parecia que a corrida estava empatada, pois, apesar de Vitor ser muito bom atleta, os outros também o eram.

A corrida prosseguiu, com a torcida toda delirando.

O tesouro, grande e imponente, estava guardado dentro de uma construção circular, que possuía varias portas, todas fechadas.

De fato ouve um empate, pois vários competidores chegaram juntos, entre eles o Vitor. Cada um se colocou na frente de uma das portas e bateu, pedindo para entrar.

Apenas uma das portas se abriu, dando entrada a apenas um participante: Vitor.

Ao entrar ele se deparou com um enorme e brilhante tesouro dourado, circular e estático . Aproximou-se, examinou, e mergulhou de cabeça dentro do tesouro. Nesse momento o tesouro começou a se movimentar e mudar de forma, até ficar parecido com uma semente, que também parecia um cérebro, ou um feto. É como se tivesse adquirido vida. E a vida, realmente se fez, com a uniao de Vitor com o tesouro dourado, que era uma célula, mais conhecida pelo nome de óvulo. E o Vitor, como se pode imaginar, é o espermatozóide que, depois de vencer a corrida, da qual participaram 300 milhoes de concorrentes, tornou-se então o vencedor VITORIOSO.

Quando ele foi acolhido pelo óvulo, constatou-se que isso aconteceu porque ele era o melhor entre todos os outros.

E você que está lendo esta história agora, sabe quem era o Vitor?

Era você!

Portanto você é um vitorioso que venceu a corrida, entre milhares e milhares de participantes, simplesmente por ser o melhor.

FÉRIAS

Luciana era um menina precoce e inteligente. Chamava a atenção das pessoas pela sua sagacidade e esperteza. Tirava boas notas na escola, porém, tinha uma preferencia, talvez não muito rara sua idade: gostava mais das férias do que do período letivo.

Um dia ela disse a sua mãe: - mãe, eu gostaria de estar sempre de férias. Assim eu poderia me divertir o tempo todo. Como eu poderia conseguir isso?

Será que se eu pedisse para alguém isso seria possível? Mas, para quem?

- Peça a Mãe Natureza, que ela atende a todos os pedido.

E assim aconteceu.

Luciana pediu a mãe Natureza e, de repente, começaram as férias.

Deu certo, mamae, que bom! Podemos nos divertir muito a parti de agora. Para começar, eu quero um sanduíche e depois eu gostaria que você me levasse ao shopping.

A mãe respondeu: - faça seu sanduíche porque estou de féria.

Logo depois, as duas saíram em direção ao shopping e pararam no posto para pôr gasolina no carro. Era uma quarta feira e o posto estava fechado, com uma faixa onde estava escrito: Estamos em féria coletivas.

Como o shopping se localizava a poucas quadras dali, um pouco aborrecidas, elas foram a pé. Lá chegando, o shopping estava fechado e também havia uma faixa, como a do posto: Féria coletivas.

Luciana, visivelmente contrariada começou resmungar.

Decidiram ir a um restaurante ou lanchonete próximo dali.

Aconteceu a mesma coisa: Féria coletivas.

Talvez no centro da cidade, ou no bairro nobre dos restaurantes houvesse alguém lugar aberto.

- Vamos pegar um táxi! Disse a mãe.

Ficaram na esquina, a espera de um táxi e não veio nenhum.

- Era só o que faltava! Será que os táxis também estão de férias? Exclamou Luciana.

- Parece que sim. Vamos voltar para casa, depois do almoço, pediremos emprestado o carro do seu pai e vamos para o pley center.

É um local de diversão e está sempre aberto nas férias.

Quando lá chegaram, descobriram que os funcionários estavam todos em férias.

Desoladas, voltaram para casa, sem muitas opçoes de lazer, alem da TV.

Luciana acomodou-se confortavelmente no sofá e ligou a TV. Espantou-se ao ver que não havia nenhum canal funcionando, nem mesmo a TV a cabo.

- Mamãe, deve haver um problema na antena de TV. Chame o técnico para consertar.

O técnico estava de férias, o zelador do prédio também, o porteiro também.

- Pelo jeito a TV também deve estar de férias. O que faremos mamae?

Não há nada para eu fazer? Como posso me divertir para aproveitar as férias?

- Ora filhinha, você pode brincar, ler, jogar ou então dormir.

- Mamãe, será que eu posso pedir a Mãe Natureza para devolver o tempo normal? Não gostei esta experiencia de féria permanentes. Pensando bem, acho melhor voltar a ser tudo como antes. E muito mais divertido poder ir a escola, ao shopping e a outros lugares no momento certo de cada um.